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A Revolução do Sono: Como o Sono Pode Mudar a Nossa Produtividade?
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Vivemos na correria da vida moderna, onde agendas e prazos apertados parecem ser a norma e muitas vezes deixamos o sono para segundo plano. Apesar da importância do sono já estar em voga nos dias de hoje, nunca é demais relembrar o quão essencial este é para a nossa produtividade diária. Vamos explorar como uma boa noite de sono pode ser o segredo para desbloquear um potencial escondido do nosso desempenho.

O Impacto Económico da Privação de Sono:

Um estudo conduzido pelo The Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos analisou cinco países da OCDE (Japão, Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha) e concluíu que a análise nacional do Produto Interno Bruto (PIB) desses países revelou perdas significativas devido à privação do sono. Os Estados Unidos lideraram ao sofrer perdas anuais de cerca de 411 mil milhões de dólares (2,28% do PIB), seguidos pelo Japão, Alemanha e Reino Unido.

O Sono como Alicerce da Produtividade:

O período de descanso diário (DRP) refere-se ao intervalo diário entre o final de um dia de trabalho e o início do dia seguinte de trabalho. A diretiva relativa ao tempo de trabalho da União Europeia (UE) estabelece que os trabalhadores da UE têm o direito de ter “um período de descanso diário mínimo de 11 horas consecutivas a cada 24 horas” (1).

Descansar é essencial, e embora possamos encontrar alívio em pausas curtas, o sono é a chave para uma recarga neurofisiológica profunda. Dormir não é um luxo, mas sim, um imperativo biológico para otimizar as funções cognitivas e garantir um desempenho produtivo sustentável. Durante o sono, o nosso corpo realiza uma série de processos vitais, desde a consolidação da memória até a recuperação muscular. Ignorar essas necessidades básicas pode resultar em consequências notáveis para a nossa produtividade.

Cognição e Desempenho:

Estudos demonstram que uma noite mal dormida afeta diretamente a nossa cognição (2;3). Funções como a memória, atenção e a tomada de decisões são comprometidas quando privamos o nosso corpo do tempo necessário para se regenerar durante o sono. Se procuramos desempenhar o auge das nossas capacidades, o sono não pode ser negligenciado.

Saúde Mental e Sono:

Além do seu impacto na cognição, o sono desempenha um papel vital na nossa saúde mental. Não há saúde mental sem sono, assim como não há sono sem saúde mental. A falta de sono está associada a um maior risco de ansiedade e depressão. Cuidar do sono não é apenas uma questão de produtividade, mas também uma medida crucial para preservar o nosso bem-estar emocional e físico.

Estratégias para uma Noite de Sono Reparadora:

Para otimizar a nossa produtividade, precisamos de priorizar a qualidade do nosso sono (4). Isto envolve a criação de uma rotina consistente de sono, a minimização de distrações no ambiente de dormir e a promoção de hábitos saudáveis antes de deitar. Investir em estratégias para melhorar a qualidade do sono é um investimento direto no nosso próprio desempenho diário.

Em suma, o sono é uma necessidade essencial para aprimorar a nossa produtividade e claro, a nossa qualidade de vida. Ao reconhecer o valor do sono e adotar práticas que promovam uma boa noite de descanso, estamos a cultivar as condições ideais para alcançar o nosso potencial máximo em todas as áreas da vida. Dormir bem é uma estratégia inteligente para otimizar a produtividade e enfrentar os desafios diários com clareza e energia renovada. Então, que tal começarmos a dar ao sono a importância que ele merece? O seu corpo, a sua mente e o seu chefe agradecerão.

Bruna Guedes, Especialista em sono

(1) Directive 2003/88/EC of the European Parliament and of the Council of 4 November 2003 concerning certain aspects of the organisation of working time. https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=celex%3A32003L0088
(2) Ikeda, H., Kubo, T., Izawa, S., Nakamura-Taira, N., Yoshikawa, T., & Akamatsu, R. (2022). The Joint Association of Daily Rest Periods and Sleep Duration with Worker Health and Productivity: A Cross-Sectional Web Survey of JapaneseDaytime Workers. International journal of environmental research and public health, 19(17), 11143. https://doi.org/10.3390/ijerph191711143
(3) Scullin, M. K., & Bliwise, D. L. (2015). Sleep, cognition, and normal aging: integrating a half century of multidisciplinary research. Perspectives on psychological science: a journal of the Association for Psychological Science, 10(1), 97–137. https://doi.org/10.1177/1745691614556680
(4) Nelson, K. L., Davis, J. E., & Corbett, C. F. (2022). Sleep quality: An evolutionary concept analysis. Nursing forum, 57(1), 144–151. https://doi.org/10.1111/nuf.12659
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